segunda-feira, setembro 24, 2007

Fotos

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quarta-feira, setembro 19, 2007

Lages, Terra de Encantos!

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segunda-feira, setembro 17, 2007

LEGADO


Legado

Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, agosto 03, 2007

Para pensar...


Saint-Exupéry disse:

"Foi o tempo que perdestes com tua rosa que fez tua rosa tão importante".

E é o tempo que ganhamos com cada amigo que faz cada amigo tão importante.
Porque tempo gasto com amigos é tempo ganho, aproveitado, vivido.


São lembranças para cinco minutos depois ou anos até.
Um amigo se torna importante pra nós, e nós para ele, quando somos capazes,
mesmo na sua ausência, de rir ou chorar, de sentir saudade e nesse instante
trazer o outro bem pertinho da gente.

O importante é saber aproveitar o máximo cada minuto vivido e ter depois no
baú das recordações horas para passar com os amigos, mesmo quando estes
estiverem longe dos nossos olhos.

FELICIDADES, AMIGOS!!!!!!

quarta-feira, julho 18, 2007

IMAGINAÇÃO

"Conta a lenda que estavam duas crianças patinando despreocupadamente em cima de um lago congelado.
De repente, o gelo se quebrou e uma das crianças caiu na água.
A outra vendo que seu amiguinho se afogava debaixo do gelo, pegou uma pedra e começou a golpear com todas as suas forças, conseguindo quebrá-lo e salvar seu amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: Como você fez?
É impossível que você tenha quebrado o gelo com essa pedra e suas mãos tão pequenas! Nesse instante apareceu um ancião que tudo assistia e disse:
Eu sei como ele conseguiu.
Como? Perguntaram todos.
E ele respondeu: É que não tinha ninguém ao seu redor para lhe dizer que não poderia ser feito!!!! Se você consegue imaginar, pode conseguir."

ALBERT EINSTEIN

terça-feira, junho 19, 2007

E o sol nasce novamente...



Há ocasiões em nossa vida que
a noite parece interminável.

É assim quando todas as esperanças
parecem ter ido procurar
refúgio em algum lugar,
menos no nosso coração.

Não somamos nossas alegrias
como somamos nossos problemas.
Quando passamos por um caminho difícil,
fazemos uma revisão do que
vivemos e temos vivido e somamos
as dores,
que parecem crescer a cada
lembrança.

Se, inversamente,
fizéssemos o mesmo com nossos
momentos de alegria,
encontraríamos razões a mais para
viver e forças suplementares para
sobreviver aos impasses da vida.

Por mais longa que seja a noite,
por mais lento que tenha sido
o relógio e por mais dolorido
que tenha estado nosso coração,
o sol nasce novamente.
Pouco importa se no dia seguinte
ele estará ainda encoberto por nuvens,
ele não estará encoberto eternamente.

A certeza de que algo de bom e bonito
existe nos faz guardar ainda acesa
a chama dentro do coração.
Se o sol vai e volta,
a lua some e reaparece,
as marés baixam e sobem,
não há razões para que na vida
não demos a volta por cima.
A natureza é a prova viva de que
tudo está em movimento sempre
e nós fazemos parte dessa
paisagem idealizada e plantada
por Deus.

Tudo é passageiro,
as alegrias vêem e vão,
mas o sofrimento também,
até mesmo aquele que se instala
no mais profundo do nosso ser,
ele também se acalma e deixa
um lugarzinho aberto para
a doçura de viver.

Não podemos desistir de ser felizes
enquanto o sol não desistir
de renascer.

TEXTO: Letícia Thompson

quarta-feira, junho 13, 2007

EU SEI, MAS NÃO DEVIA

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as
cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não
posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que
pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos
produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a
hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o
pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesmo.
Marina Colasanti